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Tayssa Araújo, gestora de projetos do Sebrae-RJ, abriu o evento e destacou a retomada de ações em conjunto com a entidade. Na sequência, Marcelo Siciliano, presidente da Abav-RJ, ressaltou a relevância do tema da palestra de Thiago Akira, consultor especialista em marketing digital no Turismo.
“O Sebrae é um grande parceiro e o assunto do encontro hoje é muito atual. Quem ainda não está voltado para inteligência artificial e marketing digital tem que se reciclar”, reforçou Marcelo Siciliano.
Durante quase três horas, Thiago Akira contextualizou com dados o uso atual da IA, apresentou diferentes ferramentas e deu vários exemplos de aplicações práticas em negócios do Turismo. Depois da imersão no universo da inteligência artificial, durante a tarde os agentes puderam tirar dúvidas com o especialista e testar, na prática, diversas IAs, como Gamma, Perplexity, PimEyes, Suno e Manus, essa última uma gerenciadora de ferramentas.
“Estamos aqui reunidos quando a inteligência artificial já é presente, e não futuro”, enfatizou o consultor ao abrir a palestra. “Novidades surgem diariamente. Ontem mesmo foi lançada uma ferramenta que usa IA para tradução simultânea de voz em reuniões no Google Meet”, antecipou Akira.
Thiago apresentou um breve panorama reunindo dados de pesquisas sobre o uso da inteligência artificial em vários países e ambientes, como universidades, escolas e empresas.
“IA não é mais opcional, não é apenas mais uma ferramenta de trabalho”, afirmou. “É um divisor cultural e o mundo será separado entre quem usa e quem não usa. Algumas empresas já estão exigindo conhecimentos básicos de inteligência artificial. Quem ficar longe dela, será destroçado no mercado de trabalho. E, ao menos por enquanto, a IA exige administração. Algumas funções operacionais mais simples podem ser eliminadas, principalmente nas indústrias, mas outros cargos serão criados. Quem é bom no que faz, será ainda melhor”, ressaltou.
O especialista em marketing digital recomendou incorporar o quanto antes a inteligência artificial à rotina de trabalho e saber diferenciar as ferramentas de IA dos buscadores.
“Ainda que a inteligência artificial não dê a melhor resposta, ela estrutura as ideias de maneira mais fluida que os buscadores. Isso economiza tempo. A IA é generativa e conversacional. Generativa porque tem a capacidade de criar. É conversacional porque consegue manter uma estrutura dinâmica e fluida, como uma troca de mensagens pelo WhatsApp. As conversas não são mais automatizadas, como nos chatbots. Aliás, chatbots já estão usando inteligência artificial para dar respostas mais personalizadas. Inovação e marketing andam juntos”.
Thiago explicou que a IA generativa se concentra em criar modelos capazes de gerar novos dados, como imagens, textos, vídeos e sons, a partir de informações e de treinamento. Já a inteligência artificial conversacional é responsável por permitir que as máquinas conversem com seres humanos usando uma linguagem natural. Justamente pela capacidade da IA de conversar, o consultor não se mostrou entusiasta do uso constante de prompts.
“O risco do atalho do prompt é engessar o processo. É importante evitar artificializar demais, porque pode gerar distorções. Com a conversa, a prática e o uso de cada um, a inteligência artificial vai aprendendo e melhorando. Se a pessoa esqueceu de mencionar algum ponto, é só acrescentar. Ela entende. Quanto mais natural for o artificial, melhor. Gerar imagens para vender um destino, por exemplo, é artificial demais. Pode até ficar muito parecido, mas não é a realidade. E há sempre o risco de ser gerada uma imagem de algo que não existe no lugar. É preciso cuidado. A IA não resolve todos os problemas nem é perfeita. Mas tem boas ideias”.
Thiago ressaltou que ferramentas de inteligência artificial são gratuitas, ainda que a maioria ofereça versões pagas mais robustas. Pagar ou não depende do uso que será feito.
“Minha sugestão é que se faça um teste, seja por um período gratuito de sete dias ou mesmo pagando por um mês. É um investimento que vale a pena para avaliar melhor a qualidade da ferramenta”, garantiu o especialista. “A fase atual é a da experimentação. O mais importante é que, com a IA, não se começa mais a partir de uma página em branco. Nem o agente nem o viajante. É preciso entender como o consumidor está utilizando a IA. Tentar imaginar o que o cliente está perguntando, se botar no lugar dele, percorrer a jornada”.
Alguns exemplos apresentados pelo especialista Thiago Akira de como a IA pode dar aos agentes de viagem o que ele chamou de “superpoderes”.
• Estruturar apresentações;
• Gravar reuniões e resumir o que foi discutido, permitindo localizar trechos específicos;
• Buscar avaliações sobre determinado negócio, um hotel ou restaurante, por exemplo, e listar pontos fortes e fracos ou mesmo criar um relatório com infográficos;
• Fazer a capa de um roteiro de viagem em PDF com uma foto da família vestida com roupas de frio ou fazendo um safári, antecipando a experiência do cliente;
• Dar vida a fotos históricas ou obras de arte, com as pessoas se movimentando ou os personagens falando, para o cliente se imaginar em determinada narrativa;
• Criar uma lista de músicas exclusiva para determinado itinerário de viagem;
• Gerar um anúncio ou mesmo um site parecido ou melhor do que um que já existe;
• Dublar vídeos, como os promocionais de empresas estrangeiras;
• Criar modelos para mídias sociais a partir de um documento; um fundo para aquela foto do brinde da empresa; uma música, no estilo escolhido, a partir de um texto.
Para encerrar, Thiago Akira chamou atenção para um ponto importantíssimo da nova tecnologia: inteligências artificiais, assim como as humanas, podem ter alucinações.
“A IA é um colaborador que precisa de supervisão. Num chatbot com IA, ela pode xingar o cliente. Ou quando não encontra dados o suficiente, ela estima. Inventa mesmo. Alucina”.
Projeto Turismo do Sebrae
Tayssa Araújo aproveitou a realização do workshop para lançar, em primeira mão, uma nova versão do Projeto Turismo do Sebrae, voltado para a capacitação das agências de viagens.
“Estamos lançando hoje, oficialmente, o edital para o biênio 2025-2026. Teremos, novamente, vagas para 90 agências, um número que sabemos que conseguimos atender com qualidade. O objetivo é entregar um conteúdo atualizado, para qualificar e gerar muito resultado”, anunciou Tayssa.
As inscrições para o Projeto Turismo do Sebrae vão até 20 de junho. É necessário ter CNPJ ativo e presença digital, entre outros critérios, como faturamento e localização. O foco será em gestão empresarial, marketing digital, reformulação do modelo de negócio e reposicionamento de mercado. O programa começa em julho e vai até dezembro de 2026. Diferentemente das versões anteriores, a deste ano não terá viés de operadores nem guias.
“Fomos nos aperfeiçoando, e constatamos que nosso perfil de consultoria funciona melhor para pequenas empresas. Ao longo dos meses, os agentes de viagem terão acompanhamento online e presencial de consultores especializados em diferentes temas”, adiantou Tayssa, avisando que o regulamento e o edital já estão disponíveis no site do Sebrae-RJ.
Edição por Rose Cecilia
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