“A expectativa de São Paulo é receber 51 milhões de turistas domésticos e regionais esse ano, acompanhando a ampliação de voos e novos roteiros.” A afirmação foi feita pelo secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, Roberto de Lucena, durante o 9º Expo Fórum, promovido pelo Visite São Paulo Convention Bureau e Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, com apoio da Abear. Lucena disse ainda que “a projeção do PIB do turismo paulista para esse ano é de R$ 340 bilhões, representando 37% do turismo do Brasil e 9,7% do PIB total do estado de São Paulo, uma alta de 3,65%”. Segundo ele, pelos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos – maior hub aéreo da América Latina e do Hemisfério Sul – passarão 79 milhões de passageiros. O secretário destacou o desenvolvimento da infraestrutura e das políticas públicas. "Foram R$ 2,3 bilhões aprovados no Creditur, maior programa de crédito para apoio ao turismo, contemplando 1.500 empresas, atendendo 61 municípios. Pelo Dadetur, foram entregues 300 obras, 188 municípios atendidos e R$ 668 milhões transferidos para o setor". A profissionalização também registrou expansão por meio da Academia de Turismo SP, disse Lucena. "Tivemos em 2025 mais de 22 mil vagas abertas, com meta de 100 mil até 2026. Firmamos parcerias com inúmeras instituições educacionais e entidades do comércio turístico. E estamos fechando uma parceria com o Ministério do Turismo para implantar em São Paulo a primeira escola nacional de turismo". Lucena afirmou ainda que “2024 foi o ano consolidado e 2025 será o da prosperidade”.

Panorama da Aviação

Renato Rabelo, gerente de Relações Institucionais da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, destacou que o setor está em crescimento. "Em 2024, a aviação representou 1,09% do PIB de São Paulo, acima da média nacional, que foi de 0,9%. O estado representou 34% da aviação comercial no Brasil, com a maior oferta e demanda de passageiros. Foram 409 mil postos de trabalho; já a oferta de assentos cresceu 1,6% em comparação com 2023". De acordo com ele, “a redução do ICMS sobre o QAV (querosene para aviação) para 12% permitiu a criação de novos voos no estado, o que resultou em mais 1,2 mil decolagens, impulsionando o turismo na capital e o fluxo de visitantes no litoral e no interior paulista. Essa expansão fomentou novas experiências e oportunidades econômicas”. O executivo da Abear ressaltou que o Brasil tem potencial para voar mais. E citou os desafios para isso acontecer: “Financiamento sustentável para o setor, reforma tributária, combustível sustentável de aviação, IRRF sobre leasing de aeronaves, entre outras medidas”. Rabelo finalizou destacando que “a aviação fortalece a economia e o turismo de São Paulo e do Brasil”.

Tendências das viagens de lazer em 2025

Olhar Braztoa – Dados e Cenários das Viagens de Lazer foi o tema de apresentação de Marina Figueiredo, presidente executiva da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, que destacou o que está em alta em 2025. Segundo ela, entre os destaques estão buscados pela personalização total das experiências de viagens; experiências imersivas; turismo com foco em gastronomia local e enoturismo, de luxo personalizado, para eventos esportivos, para descanso, conectado à natureza e aventura, de bem-estar, para vivenciar eventos naturais, e sustentáveis, responsáveis e de regeneração. Marina também mostrou quais são as oportunidades emergentes no turismo, entre as quais estão viagens para acompanhar festivais musicais e shows, filmes e séries, turismo noturno, ancestral e de raízes, de base comunitária, combinado com cursos e aprendizado.

Outro destaque da apresentação foram os fatores que devem orientar a escolha dos viajantes esse ano. De acordo com o presidente executivo da Braztoa são, entre outros, viagens para destinos menos conhecidos e inexplorados, novos e fóruns do comum, demanda por tecnologia para otimização o planejamento e a experiência de viagem, uso de IA e big data para experiências mais personalizadas, preocupação e escolha de destinos e dados com base em questões ambientais e o impacto do turismo , maior preocupação com os impactos ambientais e sociais, prioridade para segurança e saúde durante a viagem,

Ao informar que o turismo está em transformação, Marina destacou a necessidade de reinvenção para acompanhar as mudanças e destacou que os destinos turísticos precisam se tornar mais atualizados, conectados, resilientes, inovadores, sustentáveis e competitivos. Diante dessa realidade, é fundamental, segundo ela, colaboração para criar oportunidades.

Empreendedorismo

Outro destaque do evento foi a palestra de Raffaele Cecere, CEO do Grupo R1 – empresa que fatura R$ 150 milhões por ano e emprega 420 colaboradores -, sobre Empreendedorismo: Superando Medos e Conquistando o Extraordinário. Ele começou a falar sobre o que realmente significa empreender, dando três definições: a tradicional – criar empresas e gerar lucro, administrar recursos e riscos financeiros; a verdadeira: ato de coragem diante do desconhecido, transformação de ideias em realidade; e a essência: trilhar caminhos inexplorados e perseverar quando outros desistirem. Cecere lembrou os medos que paralisaram potenciais empreendedores: o fracasso, a insegurança financeira, a dúvida das próprias capacidades e a integração social. E deu dicas de como transformar medo em ação - identificar os medos, enfrentar gradualmente situações temidas, procurar-se de apoio e estabelecer uma rotina de pequenos passos diários. O roteiro para se tornar um empreendedor, segundo o CEO do Grupo R1, passa por explorar interesses, conversar com clientes em potencial, criar uma versão básica da solução a ser oferecida e oferecer um produto com funções essenciais a serem aprimoradas.

Edição por Julia Marques