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Os brasileiros querem investir em experiências, como viagens e lazer, nos próximos anos. Segundo levantamento da Serasa Experian, 40,7% da população têm a intenção de gastar mais com esse tipo de atividade. Essa tendência reflete uma mudança no padrão de consumo, com 20% dos entrevistados que se identificam somente com o perfil de consumidor experiencial.
Nesse contexto, a procura por destinos internacionais tende a aumentar. De acordo com dados da Omint Seguros, sete dos dez destinos internacionais mais procurados por brasileiros em 2024 estão na Europa. A lista inclui França, Itália, Portugal, Espanha, Reino Unido, Suíça e Alemanha.
A preferência pelo continente se deve, em parte, à isenção de visto para brasileiros em estadias de até 90 dias. Isso significa que, para viagens curtas de turismo ou negócios, basta apresentar o passaporte válido e comprovar requisitos básicos, como passagem de retorno e seguro viagem.
Outro fator que conta na hora da escolha é o Espaço Schengen, um acordo que reúne 27 países europeus e permite a livre circulação entre eles sem a necessidade de controles fronteiriços. Assim, um turista que entra pela França, por exemplo, pode seguir para Espanha, Itália ou Alemanha sem precisar passar novamente por imigração.
Em cidades espanholas, essa facilidade se soma à ampla rede de transporte e à variedade de opções de onde se hospedar em Barcelona e outras cidades populares, como Madrid e Sevilha. Já na França, ícones como o Museu do Louvre e o Palácio de Versalhes receberam, cada um, cerca de 8 milhões de visitantes em 2024, conforme dados divulgados pelas próprias instituições.
Viagens internacionais somam 40% dos embarques
O anuário de 2025 da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), em parceria com a consultoria SPRINT Dados, aponta que as viagens internacionais representaram cerca de 40% dos embarques em 2024. Entre os destinos mais procurados, Estados Unidos, Itália e Portugal figuram no topo da lista.
O estudo também mostra que as operadoras brasileiras, associadas à Braztoa, movimentaram R$ 22 bilhões no setor em 2024, com 9,81 milhões de embarques registrados. No recorte por cidades internacionais, Lisboa, Paris, Roma e Londres aparecem entre as mais buscadas pelos viajantes brasileiros.
O relatório European Tourism Trends & Prospects da European Travel Commission (ETC) confirma que as chegadas de turistas internacionais ao continente aumentaram 6,2% em 2024, em comparação ao ano anterior, superando os níveis pré-pandemia de Covid-19. Em 2025, a expectativa é de continuidade da alta, com turistas gastando cerca de 14% mais do que no ano passado.
As mudanças no consumo são explicadas por diferentes fatores econômicos e sociais. Entre as classes A e B, 62% dos consumidores se identificam com o perfil “experiencial”, segundo a Serasa Experian, parte desse público utiliza crédito para financiar viagens.
Para a fundadora do blog Viaja que Passa, Maria Fernanda Moro, a busca por hospedagem na Europa exige planejamento antecipado. “Cidades muito turísticas, como Amsterdã e Barcelona, enfrentam uma crise imobiliária e, por isso, criaram regulamentações severas aos aluguéis de temporada. As consequências foram a redução da oferta e o aumento dos preços, o que torna ainda mais importante o planejamento com antecedência”, alerta.
Essa realidade afeta quem pesquisa onde ficar em Amsterdam, já que a procura elevada pressiona a disponibilidade de acomodações. Moro destaca alternativas para economizar, como optar por bairros fora do centro histórico, desde que bem conectados por transporte público, e avaliar opções compartilhadas ou apartamentos para reduzir gastos com alimentação.
Seguro viagem é obrigatório para brasileiros
As viagens internacionais exigem atenção a regras específicas. Para ingressar nos países do Espaço Schengen, brasileiros precisam apresentar passaporte válido e seguro viagem com cobertura mínima de 30 mil euros. O documento é obrigatório e garante atendimento médico em caso de necessidade e apoio em situações como cancelamento de voos ou perda de bagagem.
Informações oficiais podem ser consultadas nos portais do Ministério das Relações Exteriores e da Delegação da União Europeia no Brasil. Além disso, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de cada estado oferecem orientações sobre direitos do consumidor em viagens aéreas.
Edição por Julia Marques
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