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VALINHOS, TERRA DO FIGO E DA GOIABA, TEVE APOIO DA SECRETARIA DE AGRICULTURA EM SEU DESENVOLVIMENTO.


Festa do Figo e Expogoiaba, que ocorre em Valinhos anualmente, é o maior evento turísticos do município. Foto: Daniel Guimarães. 

As frutas representam bases sólidas do progresso econômico e cultural da cidade.
O Estado de São Paulo é o segundo maior produtor de figo e de goiaba do País, com, respectivamente, 38% e 34% da produção nacional das frutas de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018. Já, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista, na safra agrícola 2018/19, a maior região produtora desses frutos no Estado foi a de Campinas com 9,5 mil toneladas do produto, representando 98% da colheita de figo (para mesa e indústria), e 21,8 mil toneladas de goiaba para mesa, o equivalente a 41% da produção estadual.

Na mesma safra, o município de Valinhos, que faz parte da Regional de Campinas, registrou a produção de 3,6 mil toneladas de figo e 14 mil toneladas de goiaba para mesa. A Secretaria de Agricultura auxilia os produtores valinhenses, por meio da Casa da Agricultura, fazendo a extensão rural; aplicando novas tecnologias no campo; registrando-os no Cadastro Ambiental Rural (CAR); ajudando na criação da Associação Agrícola de Valinhos e Região, que conta com mais de 200 associados; bem como organizando feiras do produtor aos sábados e quartas.

Segundo José Henrique Conti, engenheiro agrônomo responsável pela Casa da Agricultura de Valinhos, as ações realizadas no município visam “melhorar a renda do produtor tornando sua produção autossustentável. Por exemplo, a Casa da Agricultura ajudou na organização da associação de produtores que, através de um mecanismo de compra em conjunto, conseguiram adquirir insumos mais baratos e também melhorou o escoamento da produção agrícola”.

O fruticultor Daniel Juliato revelou que a Casa da Agricultura os auxilia com a documentação necessária para os negócios. “A Casa de Agricultura nos ajuda a fazer toda parte burocrática, ela é nossa porta de entrada para exportar o figo. Por meio dela, conseguimos documentos básicos que provam que somos agricultores e assim ficamos em dia com a Receita Federal.”

O figo foi a base do desenvolvimento de Valinhos no século XX. Foto: Daniel Guimarães.

Figo
No ano de 1901, o figo foi introduzido na economia de Valinhos pelo imigrante italiano Lino Busatto, que trouxe as primeiras mudas de figueira da Itália e, dez anos depois, a fruta já era produzida em escala comercial, o que tornou o município conhecido nacionalmente como a Capital do figo roxo. Segundo o responsável pela Casa da Agricultura, as figueiras enfrentaram doenças e pragas, como a broca e a ferrugem, por conta do clima tropical.

“Na época os produtores buscaram o Instituto Agronômico (IAC). O engenheiro agrônomo Orlando Rigitano, do Instituto, comandou as pesquisas junto aos fruticultores de Valinhos e desenvolveu as tecnologias para enfrentar as pragas e doenças. Foram elas a Poda Drástica, que consiste em podar totalmente o pé no final da safra para evitar a praga da broca, e Aplicação da Calda Bordalesa, que é a mistura de sulfato de cobre e cal que combate o fungo ferrugem”, contou José Henrique.

Em 1939, Valinhos era distrito de Campinas e necessitava de verba para construção da Matriz de São Sebastião. O Monsenhor Bruno Nardini, nomeado vigário da Paróquia de São Sebastião, organizou os produtores da cidade para iniciar uma pequena quermesse, com o objetivo de arrecadar fundos para a obra e ajudar os agricultores na comercialização de seus produtos. Em 1949, a quermesse foi autenticada como a ‘Festa do Figo’ pela Secretaria de Agricultura e hoje é o principal evento turístico do município, reconhecido em diversos Estados brasileiros.

“A Festa do Figo é muito importante para divulgar o fruto de Valinhos nacionalmente”, contou Daniel Juliato. O produtor é descendente de uma família que produz figo há mais de 90 anos na cidade. “A minha família chegou em 1928, sou a terceira geração de fruticultores. Muitos agricultores desistiram de produzir o figo devido a uma fase ruim do cultivo. Mas minha família diversificou as culturas e, atualmente, além do figo, cultivamos morangos, goiabas e pêssegos”.
Atualmente, existem 310 mil pés de figo plantados em Valinhos e foram colhidos 2,2 milhões de engradados de 1,6 quilo, na safra agrícola 2018/19, de acordo com o IEA.

Atualmente a goiaba é o principal produto agrícola de Valinhos. Foto: Daniel Guimarães.

Goiaba
Em janeiro de 1954 - um mês após o Governo do Estado de São Paulo promulgar a lei nº 2.456 de 1953, que decreta a municipalização de Valinhos -, as primeiras famílias japonesas, os Hirayama e os Yonemura, mudaram-se para o bairro Macuco. Nos meses seguintes, outras famílias mudaram-se para o bairro, formando então uma pequena colônia japonesa na cidade, que se dedicou ao cultivo do tomate. No entanto, o tomate não era rentável devido ao desgaste da terra. A partir desse momento, os produtores tiveram de diversificar a produção e introduziram a goiaba.

Segundo o agrônomo José Henrique, os japoneses “desenvolveram uma tecnologia na produção da goiaba, por meio de poda, irrigação e adubação. Foram criadas novas variedades de goiabas em Valinhos, como a sassaoka, kumagai e pedro-sato. Atualmente, quase todas goiabas do País são produzidas com as técnicas dos japoneses”. Na ocasião, pesquisadores do IAC auxiliaram os produtores na elaboração das técnicas.

Com o tempo a produção foi aperfeiçoada e isso gerou um aumento na cultura da goiaba que garantiu à Valinhos o título de maior produtora de goiaba de mesa do Brasil. Em 1995, a Expogoiaba foi incorporada à Festa do Figo, em função do crescimento da produção do fruto na cidade. O produtor de goiabas Hélio Yonemura contou que, “o evento ajuda os agricultores a vender mais e também faz propaganda da região”.

Descendente dos primeiras japonesas que chegaram em Valinhos, Hélio comentou que a família produz o fruto há mais de 45 anos. “Eu sou da segunda geração de produtores de goiaba aqui na cidade e o fruto é importante pois sustenta a fazenda e a família”, diz o fruticultor. Atualmente, o município conta com 110 mil goiabeiras plantadas, com produção de 4 milhões de caixas de 3,5 quilos, na safra agrícola em 2018/19, segundo IEA.

Edição Rose Cecilia
Data de publicação desta Matéria 01-02-2020
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