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MUSEU DO CAFÉ SERÁ PALCO DE EVENTO QUE DISCUTE O CAFÉ E O PATRIMÔNIO HISTÓRICO EM SANTOS
Colóquio Patrimônio e Paisagem do Café e as Jornadas Culturais ocorrem em 20 de outubro, a partir das 14h; público poderá fazer oficina de harmonização de café.

Além de paixão nacional, o café sempre foi sinônimo de desenvolvimento, industrialização, modernização das cidades e cultura. Grande responsável pelo PIB brasileiro no passado, muitas cidades contam em sua arquitetura com patrimônios históricos relacionados ao grão, como a cidade de Santos, que mantém o tradicional Museu do Café. O local, instalado no palácio da antiga Bolsa oficial de Café, inaugurado em 1922, será palco da próxima edição do Colóquio Patrimônio e Paisagem do Café, em parceira com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri-Unicamp), e as Jornadas Culturais, realizada pelo Centro de Memória Bunge.
O evento terá como tema “Valorização e Ressignificação dos Patrimônios nas Paisagens Alimentares de Santos” e ocorrerá em 20 de outubro, a partir das 14h. Além das discussões, que contarão com a participação de historiadores e arquitetos, o evento terá uma oficina de harmonização de café, preparada pelo Centro de Preparação do Café (CPC) do Museu do Café e a Academia Bunge.
Para Viviane Morais, historiadora e responsável pela Gestão de Ações Internas e Pesquisas Históricas do Centro de Memória Bunge, o objetivo da ação é divulgar as pesquisas desenvolvidas no meio acadêmico, museal e institucional, além de disseminar conhecimento sobre a preservação dos patrimônios materiais e imateriais de seus acervos. “Esses acervos preservam uma importante história sobre a urbanização, industrialização no porto e na cidade de Santos, trazendo diversas perspectivas do tema alimentação, com o café e o trigo, de modo transversal e interdisciplinar, resultando em inter-relações na atuação dessas entidades ligadas à preservação da memória e do patrimônio, como uma rede coletiva do saber. Nesta edição das Jornadas Culturais a ideia é trazer a paisagem urbana englobando o patrimônio imaterial e material”, afirma.
Com tradução em libras e transmissão ao vivo pelo Youtube das duas instituições, evento terá duas mesas de discussão. A primeira delas, “Histórias Regionais e Memórias Afetivas: os patrimônios alimentares na cidade de Santos”, debaterá a histórica constituição da paisagem urbana e portuária da cidade de Santos e de outros patrimônios alimentares que marcam o espaço e a memória afetiva da população. São casos como os dos moinhos de trigo, da Bolsa do Café, das cafeterias, confeitarias e padarias, por exemplo.
“Trabalhadores e consumidores historicamente se relacionam, constituem e ressignificam essas memórias e os documentos materiais e imateriais produzidos e preservados”, explica Viviane. A mesa terá a participação de Cláudia Leonor Oliveira, sócia-fundadora do Museu da Pessoa; José Esteves Evagelidis, da Fundação Arquivo e Memória de Santos; e Pietro Marchesini Amorim, pesquisador do Museu do Café, com mediação de Viviane Morais, historiadora do Centro de Memória Bunge.
A segunda mesa do evento será a 5ª Edição do Colóquio Patrimônio e Paisagem do Café, com título “Café, porto e cidade: patrimônios da memória urbana”, que trará a perspectiva de cidade e território partindo do olhar e análise da paisagem cultural. A referência, nesse caso, é o patrimônio edificado do café correlacionado com o tema, como a construção de rodovias, a modernização do porto e as cidades que se desenvolveram no auge do ciclo econômico, como é o caso de Santos.
A discussão ocorrerá entre Cezar Honorato, Professor Titular em História econômica e social da Universidade Federal Fluminense; Victor Hugo Mori, arquiteto e diretor técnico do CONDEPHAAT e coordenador de Patrimônio Histórico do IAB-SP; e Bruno Bortoloto do Carmo, pesquisador do Museu do Café. A mesa terá a mediação de André Munhoz de Argollo Ferrão, professor livre docente da Unicamp e coordenador do projeto Arquitetura do Café.
Iniciadas em 2004, as Jornadas Culturais são palestras e oficinas gratuitas sobre preservação, conservação e divulgação de acervos históricos e culturais. Nestes 18 anos, foram quase 100 eventos gratuitos, que reuniram mais de sete mil pessoas, ministrados por especialistas com ampla atuação em suas áreas, contribuindo na formação de profissionais e no desenvolvimento das instituições de memória. Os eventos são realizados em parceria com as instituições Museu da Pessoa, Associação Brasileira de Memória Empresarial (ABME), Museu da Imigração e Museu do Café.

Serviço:

COLÓQUIO PATRIMÔNIO E PAISAGEM DO CAFÉ E JORNADAS CULTURAIS

Data: 20/10, das 14h às 19h

Local: Museu do Café

Endereço: R. XV de Novembro, 95, Centro Histórico, Santos (SP)

Inscrição: https://airtable.com/shrUcVbDBKfcyOKDC

Mesa 1 -Histórias Regionais e Memórias Afetivas: os patrimônios alimentares na cidade de Santos

Palestrantes:
Cláudia Leonor Oliveira é graduada em História (FFLCH/USP/1992) e mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP/2002). Atualmente é bolsista em nível de Doutorado na Universidade Lusófona do Porto (Portugal). É sócia-fundadora do Museu da Pessoa, instituição na qual coordenou diversos projetos de pesquisa histórica, comunicação corporativa e formação de professores. Desde 2004 é membro do Centro Internacional de Pesquisa Atopos (ECA/USP) e desde 2019 é vice coordenadora do Grupo de Estudos Pítia (USP), campus Ribeirão Preto. É professora de do curso de História da UniSagrado/Bauru e escreveu, em parceria com Juleunice Machado, o livro "Momentos e Memórias: Velhas Fazendas nas cercanias do Médio Tietê". 
José Esteves Evagelidis possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). É mestre em Educação pelo Programa de Mestrado em Educação da Universidade Católica de Santos (UniSantos), na linha de pesquisa “Instituições Educacionais, História, Política e Processos de Gestão”. Sua dissertação de Mestrado deu origem ao livro eletrônico “O Colégio Canadá nos Arquivos do DEOPS/SP”, disponível no site da Fundação Arquivo e Memória de Santos. Foi coordenador de Cinema, Fotografia, Vídeo e Publicações da Secretaria de Cultura de Santos, sendo responsável por eventos como a Mostra “Arrows of Desire” (o melhor da produção britânica de curtas-metragens), em parceria com o British Council, UNISANTOS, SESC e Cultura Inglesa. Atualmente trabalha na Fundação Arquivo e Memória de Santos, como coordenador do Programa Memória-História Oral, e é doutorando em Ciências da Comunicação na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Pietro Marchesini Amorim é especialista em História, Sociedade e Cultura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2013) e licenciado em História pela Universidade Católica de Santos (2007). Trabalha no Museu do Café como pesquisador desde 2009, atuando principalmente no Programa de História Oral, projetos de mapeamento de referências, pesquisa e curadoria de exposições e outras ações de extroversão.

Mediadora
Viviane Morais é historiadora graduada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestre e doutora em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É responsável pela Gestão de Ações Internas e Pesquisas Históricas do Centro de Memória Bunge, na Fundação Bunge, entidade social que desenvolve projetos nas áreas socioambiental, incentivo à excelência e ao conhecimento sustentável e preservação da memória.

Mesa 2 - Café, porto e cidade: patrimônios da memória urbana

Palestrantes
Cezar Honorato é professor Titular em História Econômica e Social do Instituto de História da UFF, possui doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo (1994), onde defendeu a tese intitulada “O Polvo e o Porto: A montagem do Complexo Portuário Capitalista em Santos”. Atualmente é líder do Grupo de Pesquisa “O Brasil e o mundo atlântico: portos, negócios e cidades”, coordenador adjunto do Projeto Internacional Empresas, Puertos Y Ciudades (Espanha, Cuba e Brasil) e membro do Grupo de Pesquisa Polis Laboratório de História Econômico-Social - Fórum do Rio de Janeiro. É presidente do Observatório Urbano Estado do Rio de Janeiro, consultor internacional - Habitat Organização das Nações Unidas Escritório Regional Para América Latina e PNUD, e professor visitante da Universidade Federal do Amazonas.
Victor Hugo Mori é arquiteto e foi Superintendente Regional do IPHAN em São Paulo. Conselheiro do CONPRESP e CONDEPASA, diretor técnico do CONDEPHAAT e coordenador de Patrimônio Histórico do IAB-SP. É conselheiro do CONDEPHAAT e do Centro Internacional de Conservação do Patrimônio e membro do ICOMOS. Organizador do livro “Patrimônio: atualizando o debate” e coautor dos livros “Patrimônio: 70 anos em São Paulo” e “Arquitetura Militar, um panorama histórico a partir do Porto de Santos. É ainda autor de inúmeros projetos de arquitetura e restauro desde 1975
Bruno Bortoloto do Carmo é doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Desde 2011, atua como pesquisador do Museu do Café.

Mediador
André Munhoz de Argollo Ferrão é Professor do Departamento de Recursos Hídricos da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp. Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP e mestre em Engenharia Agrícola pela Feagri-Unicamp, além de engenheiro civil, arquiteto e urbanista. É professor do Programa de Pós-graduação em Ensino e História de Ciências da Terra do Instituto de Geociências da Unicamp. É também coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas em Desastres, Ceped-Unicamp, pesquisador do Cepagri-Unicamp e coordenador do Projeto Arquitetura do Café.

Sobre o Centro de Memória
O Centro de Memória Bunge foi criado em 1994 e traz preservada e acessível ao grande público a história de mais de 100 anos da Bunge no Brasil. São mais de 1 milhão e 500 mil documentos, fotos e filmes. Um patrimônio que narra não apenas a trajetória da Bunge no País, como a evolução dos valores, costumes e modos de organização da própria sociedade brasileira.

Sobre a Fundação Bunge
A Fundação Bunge, entidade social da Bunge no Brasil há mais de 60 anos, atua em diferentes frentes com o compromisso de valorizar pessoas e somar talentos para construir novos caminhos. Suas ações estabelecem uma relação entre passado, presente e futuro e são colocadas em práticas por meio da preservação da memória empresarial (Centro de Memória Bunge), do incentivo à leitura (Semear Leitores), do voluntariado corporativo (Comunidade Educativa), do desenvolvimento territorial sustentável (Comunidade Integrada) e do incentivo às ciências, letras e artes (Prêmio Fundação Bunge).

Foto: André Monteiro.

Edição Rose Cecilia
Data de publicação desta Matéria 10-10-2022
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