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Depois de encenar sua trilogia de peças - O Legítimo Pai da Bomba Atômica, Desobediência e Os Três Sobreviventes de Hiroshima - sobre os horrores e consequências da Segunda Guerra Mundial, o Coletivo Oriente-se e a NAGAI Produções propõem uma reflexão sobre o envelhecimento, as diferenças geracionais e a exclusão da população idosa em seu novo trabalho. Passos é livremente inspirado no dorama (termo usado para se referir aos dramas coreanos) “Navillera”, disponível na Netflix.
Com dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Victoria Ariante , a peça tem sua temporada de estreia no Teatro Itália, de 1º a 31 de agosto, com apresentações às sextas, às 20h; aos sábados, às 19h; e aos domingos, às 18h . O elenco conta com Edson Kameda, Caio Mutai, Gilberto Kido, Winnie Moriyama e Emilia Kiyohara.
A montagem conta a história de Aurélio, que sempre amou dançar, mas não conseguiu seguir essa paixão, porque eu precisava garantir o sustento de sua família. Quando finalmente se aposenta, aos 70 anos, decide se matricular em uma escola de dança. No entanto, o que ele não esperava era enfrentar o preconceito do próprio professor, o jovem Hugo, que o provocava constantemente sobre seus limites físicos.
Ao explorar esse embate entre gerações, a peça propõe uma série de reflexões sobre os sonhos, a resiliência, os preconceitos contra pessoas de 60+, a exclusão, o choque intergeracional, mas também sobre a possibilidade de encontro e aprendizado entre gerações, da empatia e da transformação através da arte.
Passos por Rogério Nagai - idealizador e coordenador geral:
“Assistindo ao dorama Navillera no ano de 2023, fiquei muito sensibilizado pela história, sobretudo pela questão dos nossos sonhos e objetivos de vida, afinal quantos de nós conseguimos realizá-los? Teremos tempo para isso? Teremos a coragem necessidade?
Muitas dessas questões e outras permearam minha mente e, desde então, tive a ideia de criar esse projeto colocando em cena o ator Edson Kameda, com 67 anos, para viver o papel protagonista pela primeira vez em sua carreira”.
O texto de Renata Mizrahi - dramaturgia
"Numa época em que as pressões pela eterna juventude passam dos limites, imagine um fisicamente disposto a dar uma virada em sua vida? A peça provoca uma reflexão sobre a coragem de mudar de vida em uma idade na qual o preconceito e o etarismo predominam. A coragem da mudança na terceira idade, faz todos refletirem que estamos em movimento constante e não existe estagnação na vida se estivermos dispostos a não se entregar para a pressão social".
A encenação por Victoria Ariante - direção
"Vivemos tempos de ritmos acelerados, estímulos na mais alta velocidade e lógicas em que descartar é a primeira opção escolhida. Isso não se reflete apenas naquilo que consumimos, mas também na maneira como temos nos relacionados. Considerar que o indivíduo, depois de seu tempo vívido no trabalho, não é mais útil para a sociedade é o caminho mais rápido para também reduzir nossa existência àquilo que é apenas produzido, além de fundamentar as bases do etarismo.
Montar um espetáculo como Passos hoje é trazer o tema à superfície, manifestando-se de maneiras mais ou menos silenciosas. Vindas de pessoas de diferentes gerações, essas manifestações se assemelham a situações presentes cotidianamente, fora e, principalmente, dentro dos próprios lares.
Além dessas questões, a peça propõe que esse sopro de vida do protagonista se manifeste através da dança, não apenas trazendo a dimensão do tempo no corpo físico, mas suscitando também a importância da arte e da poesia para a construção de relações ancoradas na alteridade e sensibilidade”.
A peça de Caio Mutai - ator
“Passos, para mim, é e sempre serão pertinentes, afinal, todos nós envelheceremos e nunca viveremos muitas das angústias abordadas pela peça, desde conflitos de relacionamentos desgastados, embates de gerações e arrependimentos tardios à certeza de que será tarde para sonhar e se “reencontrar”.
É uma história que conversa intimamente com a vida pessoal de cada um nesse projeto. São relatos e conflitos ficcionais imbuídos de muita vida real e memórias. Trata-se de um protesto silencioso que traz ao protagonismo artistas amarelos (asiáticos-brasileiros) 60+, como nunca antes visto, desafiando seus próprios limites, atuando e dançando de maneira sublime. Será que ainda é tempo de correr atrás de um sonho há muito tempo esquecido?”.
Ficha Técnica
Texto: Renata Mizrahi.
Direção: Victoria Ariante.
Elenco: Edson Kameda, Caio Mutai, Gilberto Kido, Winnie Moriyama e Emilia Kiyohara.
Produção executiva: Giuliana Pellegrini.
Idealização, direção de produção e coordenação geral: Rogério Nagai.
Criação e operação de luz: Ícaro Zanzini.
Locução, voz em off, vídeo e operação de som: Alexandre Mercki.
Cenografia e figurinos: Telumi Hellen.
Visagismo: Claudinei Hidalgo.
Composição original: Yugo Sano Mani.
Preparação corporal e coreografia: Keila Fuke.
Fotografia: Mari Jacinto.
Design gráfico e mídias sociais: Lol Digital.
Assessoria de imprensa: Pombo Correio.
Produtores associados: Caio Mutai, Edson Kameda e Rogério Nagai.
Realização: Prefeitura Municipal de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, Lei de Fomento ao Teatro, Coletivo Oriente-se e NAGAI Produções.
Este projeto foi contemplado pela 44° edição do programa municipal de fomento ao teatro para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.
Sinopse
Livremente inspirado no dorama (drama coreano) Navillera, uma peça conta a história de Aurélio, um homem de 70 anos que sempre amou dançar, mas nunca conseguiu seguir essa paixão por ter que sustentar sua família. Quando se aposentar, resolva se matricular em uma escola de dança. Por conta da idade, enfrenta preconceitos de seu próprio professor, o jovem Hugo, que o provoca constantemente sobre seus limites físicos. O debate de gerações entre Aurélio e Hugo promove grandes reflexões sobre seus comportamentos, ao mesmo tempo que faz Aurélio criar coragem para mudar radicalmente sua vida e, por consequência, das pessoas ao seu redor.
Serviço
Passos, com o Coletivo Oriente-se
Temporada: 1º a 31 de agosto de 2025
Às sextas-feiras, às 20h; aos sábados, às 19h; e aos domingos, às 18h
Teatro Itália - Av. Ipiranga, 344 - Subsolo - República, São Paulo
Entradas populares: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)
Venda online em https://site.bileto.sympla.com.br/teatroitalia/
Bilheteria: abre duas horas antes de cada apresentação
Classificação: 10 anos
Duração: 80 minutos
Capacidade: 274 lugares (4 cadeiras para pessoas obesas)
Acessibilidade: Teatro acessível a cadeiras e pessoas com mobilidade reduzida
Edição por Rose Cecilia
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