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O 7º Fórum CLIA Brasil 2025, realizado na última semana na sede da Confederação Nacional de Municípios (CNM), em Brasília, reuniu autoridades, parlamentares, executivos e especialistas para debater os rumos da indústria de cruzeiros no Brasil.
O encontro contou com a presença de Bud Darr, presidente e CEO global da CLIA, que deu as boas-vindas aos participantes, apresentou números globais da indústria de cruzeiros e alertou sobre a necessidade de maior previsibilidade e competitividade para que o Brasil possa manter e atrair novos navios. Darr destacou os avanços da indústria mundial em sustentabilidade e inovação, mas ressaltou que, diante da concorrência global, é essencial acelerar soluções estruturais para garantir o crescimento da atividade no país.
Durante a abertura, o presidente da CLIA Brasil, Marco Ferraz, lançou o Estudo de Perfil e Impactos Econômicos da Temporada 2024/2025, realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O levantamento confirmou o segundo maior número de cruzeiristas da história, além do maior impacto econômico já registrado: R$ 5,43 bilhões movimentados e 84,6 mil empregos gerados. Ferraz reforçou, porém, a necessidade de ampliar a competitividade, reduzir custos e alinhar a regulação brasileira às práticas globais para evitar a saída de navios e garantir novas embarcações no país.
Também participaram da cerimônia de abertura Dario Rustico (Presidente do Conselho da CLIA Brasil), Thiago Carvalho (CNM), Ana Carolina Medeiros (ABAV Nacional), André Dias (Embratur), Caio Bortone (Polícia Federal), Eduardo Bismarck (Secretário de Turismo do Ceará, representando o Consórcio Nordeste), Alex S. de Ávila (Ministério de Portos e Aeroportos), Ana Carla Lopes (Ministério do Turismo) e Marcelo Álvaro Antônio (Presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados). Todos ressaltaram a importância dos cruzeiros como motor econômico e vetor de desenvolvimento para o turismo brasileiro.
Painéis e debates estratégicos
Painel 1 – Panorama Global: Estratégias das Companhias para o Brasil e o Mundo
Reuniu Bud Darr (CLIA Global), Dario Rustico (Costa Cruzeiros), Adrian Ursilli (MSC Cruzeiros), Estela Farina (Norwegian Cruise Line), Renata Lazari (Royal Caribbean) e Marco Ferraz (CLIA Brasil), em um debate mediado por André Coutinho (Grupo Bandeirantes). As companhias apresentaram planos de expansão, novidades de frota e reforçaram a importância da previsibilidade para o crescimento do mercado brasileiro.
Painel 2 – Regulação: Barreiras, Soluções e Oportunidades
Com Caio Bortone (Polícia Federal), Alex S. de Ávila (Ministério de Portos e Aeroportos) e Brenno Bello Sampaio Pinto (Serpro), mediado por Maxwell Rodrigues (Porto 360º/Grupo Tribuna), discutiu os avanços sobre a implementação de tecnologias de reconhecimento facial para embarque e as soluções para reduzir entraves burocráticos.
Painel 3 – Integração Público-Privada e Estratégias de Promoção e Crescimento
Participaram Philipe Ricciopo Karat (Embratur), Gustavo Bauer (Atracadouro Barra Sul), Marcelo Dusi (Cabo Frio), Javier Carnevale (Terminal Concais) e Anderson Pomini (Autoridade Portuária de Santos). O painel reforçou como a articulação entre governos e iniciativa privada é fundamental para promover destinos e atrair mais navios. Também tratou dos investimentos e do trabalho para atender cada vez melhor os cruzeiristas, além da importância da futura transferência do terminal para a região do Valongo, em Santos, projeto que dialoga com as necessidades de crescimento e modernização da atividade.
Painel 4 – Palestra: Os Caminhos para a Descarbonização e Sustentabilidade
Apresentada por Bud Darr (CLIA Global), destacou os investimentos da indústria em tecnologias de baixo carbono e o compromisso global com a meta de zerar emissões até 2050.
Painel 5 – Infraestrutura e Destinos: Caminhos para o Futuro
Reuniu Luis Antonio Sobrinho (Invest SP), Thiago Papa (Santos), Celso Duarte (Bahia), Marilia Herrmann (Alagoas), Fábio Farber (Santa Catarina) e Carlos Henrique Sobral (Ministério do Turismo), também mediado por Maxwell Rodrigues. O debate trouxe perspectivas sobre investimentos em infraestrutura, conectividade e a preparação dos destinos para receber e fidelizar cada vez mais cruzeiristas, ampliando os impactos econômicos gerados pela atividade. O Fórum reforçou que a expansão da indústria de cruzeiros no Brasil depende do alinhamento entre poder público, iniciativa privada e comunidade. Entre os principais gargalos citados estão os altos custos operacionais, a necessidade de mais infraestrutura, regulação atualizada, segurança jurídica, vistos e tributação competitiva.
Neste contexto, foram destacadas as reuniões estratégicas com os Ministérios dos Portos e do Turismo, realizadas no dia anterior ao evento, com a presença de Bud Darr, Marco Ferraz e a diretoria da CLIA Brasil, que abriram caminho para a criação de um grupo de trabalho voltado a aumentar a competitividade do setor e garantir que o Brasil esteja melhor posicionado no cenário global.
“A temporada que passou mostrou a força dos cruzeiros para a economia, o turismo e as comunidades locais. As próximas nos desafiam a sermos mais competitivos, previsíveis e atrativos no cenário global. E a CLIA Brasil, junto de seus associados, parceiros e governo, segue empenhada em construir esse futuro com diálogo e ação”, destacou Marco Ferraz, presidente da CLIA Brasil.
Com debates de alto nível, presença de lideranças nacionais e internacionais e números expressivos, o 7º Fórum CLIA Brasil consolidou-se como o principal espaço de articulação da indústria no país, apontando caminhos para que o Brasil recupere navios que deixaram a costa e atraia novas operações para as próximas temporadas.
Edição por Julia Marques
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