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Farol Santander São Paulo valoriza a cultura afro-brasileira com exposição Emanoel Araújo - embates construtivos
Mostra homenageia a potência criativa e a trajetória de um dos mais importantes artistas e gestores da arte brasileira;
 Reunindo mais de 70 obras, incluindo trabalhos inéditos, exposição apresenta uma retrospectiva do trabalho de Emanoel Araújo com xilogravuras, serigrafias, cartazes e esculturas.

Foto: Divulgação Marra Comunicação

 A partir de 7 de novembro (sexta-feira), o Farol Santander São Paulo inaugura a exposição Emanoel Araujo - embates construtivos, que ocupa a galeria do 24º andar do centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia. Sob a curadoria de Fábio Magalhães, expografia de Haron Cohene produção da arte3, a mostra reúne mais de 70 obras, incluindo trabalhos nunca antes exibidos, provenientes de acervos institucionais e coleções particulares, incluindo a Coleção Santander Brasil. A proposta curatorial revisita a produção multifacetada de um artista que foi também curador, gestor, pesquisador e uma das vozes mais relevantes na valorização da arte e memória afro-brasileira. Apresentada pelo Ministério da Cultura com patrocínio do Santander Brasil, a exposição fica em exibição até 22 de fevereiro de 2026 (domingo).

Uma exposição de cores fortes, texturas e ênfase nas formas geométricas revela como Emanoel Araujo explorou a presença da herança africana na cultura brasileira, aproximando-se gradualmente das vertentes construtivas e reduzindo as formas a estruturas primárias. Em diálogo com matrizes africanas e com o legado do modernismo, sua obra alcança uma linguagem própria, marcada por rigor formal, lirismo e ancestralidade.

É com grande alegria que o Santander, em parceria com o Ministério da Cultura, homenageia com essa exposição uma personalidade que foi atuante como artista e fomentador da cultura nacional, estando à frente de instituições como a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu Afro-Brasileiro”.; comenta Bibiana Berg, Head Sênior de Experiências, Cultura e Impacto Social Santander.

As esculturas, gravuras, relevos e pinturas reunidos no Farol Santander São Paulo evidenciam a maneira como o artista combinou abstração geométrica e simbologia afro-brasileira, criando um vocabulário visual em que o ritmo, o volume e a cor adquirem significados espirituais e poéticos.

Entre os destaques das obras, para além dos trabalhos inéditos, está uma escultura (sem título) pertencente à Coleção Santander Brasil e desenvolvida por Araujo em madeira policromada, na década de 1990. Junto a ela, a clássica escultura intitulada “Homenagem à Louise Nevelson” (1998), composta por quatro painéis em acrílica sobre aglomerado e compensado. A obra de grandes dimensões pertence ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

A série de esculturas em madeira intitulada “Navio”, composta por quatro obras, representa a fase final e contemporânea do trabalho do artista. Já o conjunto de gravuras “Bahia”, contemplam o primeiro período das criações de Emanoel Araujo, entre as décadas de 1960 e 1970, buscando sempre evidenciar e protagonizar as memórias de suas origens.

Sua linguagem, descrita por Jorge Amado como “lúdica e popular”, evocava os ritmos da capoeira e as festividades religiosas da Bahia. Ao incorporar referências da ancestralidade africana ao vocabulário construtivo, Emanoel abriu novos caminhos para a arte brasileira, dialogando com nomes como Rubem Valentim e consolidando uma poética de grande coerência e força simbólica”; analisa o curador Fábio Magalhães.

Nascido em 1940, em Santo Amaro da Purificação (BA), Emanoel Araujo iniciou sua carreira nos anos 1960, no cenário cultural efervescente de Salvador. Ilustrou livros, produziu cartazes teatrais e participou de projetos ao lado de Lina Bo Bardi, como a exposição Civilização do Nordeste no Museu de Arte Popular do Unhão.

Ainda jovem, destacou-se como gravador e ilustrador, atento às tradições populares e à memória afrodescendente. Na década de 1970, rompeu com a figuração e desenvolveu sua própria abordagem da abstração geométrica, criando as chamadas “gravuras de armar” — composições móveis e interativas que antecipavam sua preocupação com a tridimensionalidade e com a participação do público.

Ao longo de mais de seis décadas de trajetória, Emanoel Araujo foi também curador, diretor de museus e gestor cultural. Dirigiu o Museu de Arte da Bahia (1981–1983), a Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992–2001) e fundou, em 2004, o Museu Afro Brasil, no Parque do Ibirapuera — hoje rebatizado Museu Afro Brasil Emanoel Araujo em sua homenagem.

Participou de exposições internacionais e realizou obras monumentais para espaços públicos, sempre com uma visão integrada entre arte, memória e identidade. Sua produção reflete a busca por um Brasil plural, construído pela confluência de culturas e histórias.

Entre os marcos de sua trajetória estão a participação na IX Bienal de São Paulo (1967), a Medalha de Ouro na Bienal de Arte Gráfica de Florença (1972), e mostras em instituições como o MASP, o MAM-SP, o Instituto Tomie Ohtake, a Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) e o Museu Bärengasse de Zurique.
 

Serviço – Exposição Emanoel Araujo - embates construtivos

Abertura ao público: 7 de novembro de 2025

Período: 7 de novembro de 2025 a 22 de fevereiro de 2026

Local: Farol Santander São Paulo – Galeria do 24º andar

Endereço: Rua João Brícola, 24 – Centro, São Paulo/SP

Funcionamento: Terça a domingo, das 9h às 20h

Ingressos: R$ 45,00 (inteira) / R$ 22,50 (meia) - disponíveis pelo site farolsantandersaopaulo.com.br e na bilheteria local.


Edição por Rose Cecilia

Data de publicação desta Matéria 07-11-2025
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