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Museu do Amanhã, no Rio, irá sediar primeira edição do Visit Brasil Summit, nos dias 19 e 20 de maio (Foto: Embratur-Sebrae/Divulgação)
No Brasil, o turismo representa 8% do PIB e é uma das forças propulsoras da economia. Nesse contexto, o empreendedorismo do setor ocupa um papel fundamental, movimentando comunidades, impulsionando a cultura e promovendo inclusão social. Com base na importância desse tema para o país, será realizado, durante o Visit Brasil Summit, evento promovido pela Embratur em parceria com o Sebrae, o painel “O futuro do turismo é inclusivo e empreendedor”.
O debate promete ser um momento enriquecedor na programação do evento, pois deve mostrar que é possível conciliar crescimento econômico com responsabilidade social. Na ocasião, serão apresentadas iniciativas que vêm mudando a paisagem do turismo brasileiro ao integrar comunidades locais, além de incentivar microempreendedores e ampliar o acesso de públicos historicamente marginalizados.
Tendo em vista o papel de quem empreende para que o turismo aconteça no Brasil, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destaca que o turismo deve ser pensado, com foco não apenas em quem viaja, mas também em quem recebe os visitantes. Na visão do presidente, pensar o setor voltado apenas em quem chega ao destino limita a importância e o alcance dessa atividade.
“Quando falamos da importância do turismo como propulsor da economia no país, estamos pensando na necessidade dos micro e pequenos empreendedores, no motorista do táxi, no dono do restaurante, no vendedor, no recepcionista do hotel. Ou seja, estou pensando na geração de empregos e em uma cadeia de serviços gigante, que é o primeiro emprego de muita gente”, afirmou.
Freixo ressaltou também a necessidade de colocar o turismo no eixo central de debate sobre o país. “O Brasil não pode continuar tratando o turismo como um tema secundário, pois é um tema central, responsável pela geração de emprego e renda e uma grande fonte de uma economia sustentável para que a gente possa gerar um desenvolvimento compatível com o que o século XXI exige da gente”, orientou.
Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o turismo brasileiro é um espaço preponderante dos pequenos negócios. “Onde se vai é possível encontrar empreendedores atuando com sua criatividade e cultura. Seja nas pousadas ou nos restaurantes, seja no receptivo ou como guia turísticos. O setor do turismo transforma realidades e é papel do Sebrae apoiar esses negócios. O bom momento econômico do país garante que esses empreendimentos prosperem e possam gerar mais empregos, renda e inclusão”, afirma.
Adriane Lanawa afirma que o evento vai ser muito importante para sua comunidade. “Esta é a minha primeira oportunidade falando da história do meu povo e sobre a importância do etnoturismo para a nossa comunidade. Não vamos debater só inovação, ou só empreendedorismo. Precisamos de ideias novas sem perder o nosso vínculo com o nosso território e com o meio ambiente. O futuro do turismo para o empreendedor é muito mais do que inclusivo e regenerativo. É importante em nossa história a nossa experiência de receber nossos visitantes na comunidade”, afirmou.
Na ocasião, Lanawa vai apresentar o projeto Canoas (Caminhos Novos Amazônicos), desenvolvido por um grupo de doutores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). “Nós trabalhamos com etnoturismo, que são as etnias no turismo. No caso, são comunidades tradicionais, comunidades indígenas ou aldeias indígenas. Será apresentada uma trilha interativa, disponibilizada por meio de QR Code, não só para os visitantes que falam português, mas para os visitantes que falam outras línguas. Essa trilha também não vai ser uma trilha narrativa, mas um banho sensorial. Quer dizer que não vai ter falatório, a pessoa vai andar numa trilha, somente ouvindo, sentindo, se conectando com a natureza”, explicou.
Representando um projeto sócio-educativo inserido no topo da primeira favela do Brasil, o Morro da Providência, a diretora do centro de cultura, educação e arte Casa Amarela Providência, Tiphane Constantin, vai abordar no painel aspectos do turismo no contexto da favela. “A importância do tema é grande, pois o turismo tem muito potencial para ser não só uma ferramenta econômica por meio do empreendedorismo, mas uma ferramenta de reparação histórica e social, quando se torna engajado e conscientizador. Acredito que o evento esteja em perfeito sincronismo com o resgate da essência da nossa cidade como grande anfitriã mundial e foco turístico único”, destacou.
“[Na favela,] somos alvos de grande espetacularização de fatores diretamente decorrentes das desigualdades raciais e sociais do nosso país e, por isso, nosso turismo deve ser uma ferramenta de letramento, inclusão e engajamento na luta contra essas desigualdades”, completou Constantin.
Ao dar visibilidade a essas histórias e reunir agentes de mudança, o Visit Brasil Summit se consolida como uma plataforma essencial para repensar um turismo brasileiro mais inclusivo, mais diverso e liderado por quem acredita na força transformadora do empreendedorismo.
Edição por Julia Marques
Data de publicação desta Matéria 14-05-2025 Regulamento das NotíciasContatos
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