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Isabel Teixeira dirige a Cia. Mungunzá em seu novo trabalho, Elã, que estreia no dia 25 de setembro no Sesc Pompeia
O espetáculo, inspirado no “Livro de Linhas”, já publicado, costura narrativas ficcionais criadas pelos integrantes do grupo por meio do método A Escrita na Cena®, desenvolvido pela diretora

Foto de Roberto Setton

Uma teia permeada por oito histórias criadas por atores-escritores; as histórias se passam em diferentes tempos e espaços e flertam com linguagens cênicas plurais. “Elã” é o novo trabalho da Cia. Mungunzá de Teatro, dirigido por Isabel Teixeira. O espetáculo tem sua temporada de estreia no Sesc Pompeia, de 25 de setembro a 12 de outubro.

A dramaturgia foi criada pelos sete integrantes da companhia -  Léo Akio, Lucas Beda, Marcos Felipe, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto, Verônica Gentilin Virginia Iglesias - e por Dilma Correa, convidada para este trabalho. O método de criação foi A Escrita na Cena®, desenvolvido e registrado por Isabel Teixeira. 

A trama costura as oito histórias criadas de forma coletiva, a partir da pulsão individual de cada artista. As histórias se passam em diferentes linhas espaço-temporais, que vibram simultaneamente. São elas: 

Um andarilho, dentro de um jogo de videogame, através dos diferentes tempos da linha da sua vida, tenta se livrar de uma herança ancestral deixada pelo seu pai.

Um ator - vendedor de morangos - tenta convencer uma renomada diretora a dirigir seu próximo espetáculo, incluindo sua mãe no elenco. 

A mãe entra no espetáculo dirigido pelo filho e, cena após cena, vai se libertando do papel que lhe foi imposto.

Uma mulher, após construir uma família de alta performance, decide matar a  família, para realizar seu sonho de ser cantora de boate, honrando sua avó, vítima da Guerra Civil Espanhola.

Uma mãe, enquanto enfrenta o luto e cria os filhos, reacende a sexualidade reprimida em suas ancestrais, através de uma retomada do poder feminino.

Um homem descobre, na morte, o maior empreendimento capitalista de todos os tempos: a empresa “Animador de Velórios”. 

Uma mulher, convencida de ser uma aranha tecendo o destino do mundo, tenta impedir uma explosão, voltando no tempo e manipulando cada passo dos envolvidos. 

Um homem-bomba, ao se explodir, deixa pistas para sua filha, guiando-a por um outro olhar sobre o mundo. Segundo a diretora Isabel Teixeira, não há hierarquia entre as histórias. “Não há história protagonista. Mais do que destacar um ponto de vista individual, o processo teatral, aqui, protagoniza o espaço, uma ambiência, que rege o movimento, organiza os corpos e define os ritmos da narrativa. As histórias são um exercício de fabulação; fabular é algo inerente a qualquer ser humano. A sua fabulação é tão potente e poderosa quanto a minha e quanto a de uma criança, que para na praça pra ver um teatro de rua, por exemplo”, revela.

Para deixar essa experiência cênica ainda mais interessante, as narrativas transitam entre diferentes gêneros, de acordo com as pulsões propostas por cada criador. Em alguns momentos, a peça tem encenação mais naturalista e dramática; em outros, flerta com os universos dos musicais e da performance. “Mas, a palavra é sempre o foco do trabalho”, ressalta a diretora.

Outro aspecto importante da montagem é a dimensão musical e sonora. Ao longo da encenação, uma paisagem sonora vai sendo tecida gradualmente, por meio do acúmulo de elementos: sons cotidianos, ruídos, texturas e fragmentos melódicos compõem um ambiente que atravessa as cenas. Em determinados momentos, essa paisagem se adensa, e transborda em canções - explosões poéticas que condensam tensões e revelam camadas emocionais das personagens.

A Escrita na Cena®

Esse método de trabalho, criado e pesquisado por Isabel Teixeira desde 2008, parte da premissa de que toda atriz e todo ator são escritores, que escrevem com o corpo, com a voz e com o espaço durante a cena. Nesse processo, cada artista escolhe um local e um enquadramento, liga uma câmera e improvisa livremente por um tempo determinado. As filmagens são, então, transcritas, preservando as ideias, ações e as sensações que emergem de forma bruta e espontânea durante a ação. A cada fluxo narrativo gravado, Isabel propõe uma devolutiva, que também é gravada e transcrita, contendo provocações, estímulos e referências. Esse ciclo se repete por diversas rodadas, criando uma espiral de escuta, resposta e invenção. A partir desse vasto material bruto, os textos são trabalhados, esculpidos e costurados até que surja uma forma.  Assim, a dramaturgia criada dessa maneira transforma uma pulsão individual de cada ator em uma criação coletiva, uma teia feita de muitos fios - narrativas individuais que se entrelaçam, revelando memórias, afetos, fragmentos poéticos e políticos de existência. O presente trabalho da Cia Mungunzá é uma nova trama que nasce dessa forma, e que teve como desdobramento “O Livro de Linhas”, publicado pelo Grupo em parceria com a Editora Fora de Esquadro. A primeira edição teve uma tiragem de 125 exemplares, confeccionados pelo elenco no Ateliê do Velho Livreiro, com direção de encadernação de Pablo Peinado.  A dramaturgia foi composta a partir do “Livro de Linhas”, num movimento que assume as fronteiras entre as artes, potencializa a particularidade de cada manifestação, e cria uma intersecção constante: a peça ressoa o livro, e vice-versa.  Como continuidade de sua pesquisa artística, a Cia. Mungunzá partiu, neste projeto, da investigação do argumento “Linhas e Fronteiras”, num desejo de explorar e entender alguns limites pessoais, coletivos e artísticos. No campo íntimo, a pesquisa mergulha nas fronteiras subjetivas que moldam nossas relações. Já na linguagem artística, a proposta é compreender como um mesmo processo criativo pode se desdobrar, e transitar em expressões distintas. 

Ficha Técnica

Uma produção da Cia. Mungunzá de Teatro

A partir do Livro de Linhas

Direção geral: Isabel Teixeira

Assistência de direção e preparação de elenco: Lucas Brandão

Elenco criador: Dilma Correa (convidada), Léo Akio, Lucas Bêda, Marcos Felipe, Pedro das Oliveiras, Sandra Modesto, Verônica Gentilin, Virginia Iglesias

Participação especial: Miranda Caltabiano Bannai

Dramaturgia a partir da Escrita na Cena®: elenco criador e direção 

Direção de movimento: Castilho
Direção musical: Dani Nega
Arranjos, colaboração e preparação musical: Flávio Rubens e Renato Spinosa

Composições originais: Jonathan Silva
Música de saída “O romance, o sorriso e a flor”: Renato Teixeira
Operadora e técnica de som: Paloma Dantas

Microfonista: Samuel Gambini

Desenho de Luz: Pedro das Oliveiras e Wagner Freire

Colaboração e operação de Luz: Lucas Brandão

Cenografia: Isabel Teixeira, Lucas Bêda e elenco criador

Cenotécnicos: Fábio Lima e Zé Valdir Albuquerque

Figurinos: Joana Porto, Rogério Romualdo

Visagismo: Fabia Mirassos

Auxiliar de visagismo: Isabelle Iglesias

Instrutor de escalada: Luciano Iglesias

Fotos divulgação: Roberto Setton

Assistente de fotografia: Alírio de Castro

Registro audiovisual: Bruno Rico

Assessoria de imprensa: Pombo Correio

Identidade visual: Isabel Teixeira e Léo Akio
Design gráfico: Léo Akio

Produção: Tati Caltabiano

Assistente de produção: Roberta Araújo

Produtor associado: Gustavo Sanna - Complementar Produções

Realização: Cia. Mungunzá de Teatro, 41ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura e Sesc SP

Sinopse

Em uma espiral do tempo, oito histórias se cruzam em camadas sobrepostas. Cabe ao público escolher seu ângulo, e montar a teia da narrativa.

Um andarilho, dentro de um jogo de videogame através dos diferentes tempos da linha da sua vida, tenta se livrar de uma herança ancestral deixada pelo seu pai // Um ator e vendedor de morangos tenta convencer uma renomada diretora a dirigir seu próximo espetáculo, incluindo sua mãe no elenco // A mãe entra no espetáculo dirigido pelo filho e, cena após cena, vai se libertando do papel que lhe foi imposto // Uma mulher, após construir uma família de alta performance, decide matar a  família, para realizar seu sonho de ser cantora de boate, honrando sua avó, vítima da Guerra Civil Espanhola // Uma mãe, enquanto enfrenta o luto e cria os filhos, reacende a sexualidade reprimida em suas ancestrais, através de uma retomada do poder feminino // Um homem descobre, na morte, o maior empreendimento capitalista de todos os tempos: a empresa “Animador de Velórios” // Uma mulher, convencida de ser uma aranha tecendo o destino do mundo, tenta impedir uma explosão, voltando no tempo e manipulando cada passo dos envolvidos // Um homem-bomba, ao se explodir, deixa pistas para sua filha, guiando-a por um outro olhar sobre o mundo.

Serviço

Elã, uma produção da Cia. Mungunzá de Teatro a partir do Livro de Linhas

Temporada: 25 de setembro a 12 de outubro de 2025

Estreia na quinta-feira, dia 25/09.

Sessões duplas às sextas, às 16h e às 20h.

Segunda e terceira semana - de quarta a sábado às 20h

Domingo às 18h


Sesc Pompeia - R. Clélia, 93 - Água Branca, São Paulo - SP

Ingressos: R$70 (inteira), R$35 (meia-entrada) e R$21(credencial plena)

Vendas online em sescsp.org.br

Classificação: 18 anos

Duração: 105 minutos

Acessibilidade: espaço acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida


Edição por  Rose Cecilia

Data de publicação desta Matéria 02-09-2025
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