Quando um destino, hotel ou atração encara as redes como canal estratégico, duas coisas mudam: a experiência se torna distribuível e a reputação passa a trabalhar 24/7 a favor da venda. É aqui que entram a disciplina do marketing digital e o papel dos influenciadores, não como celebridades de ocasião, mas como mídia qualificada e curadoria de experiência.

Influenciadores: mídia, prova social e experiência no mesmo lugar

Quando desenhamos projetos com creators de nicho, como família, 60+, luxo, gastronomia, natureza, pet friendly e aventura, geramos três efeitos combinados: 1) desejo por meio de narrativas autênticas, 2) confiança via prova social e 3) tráfego para pontos de conversão como site oficial, WhatsApp, OTAs e operadoras. Quando o match entre persona do destino e audiência do influenciador é verdadeiro, o conteúdo vira atalho para a decisão.

Um exemplo recente: o pet influencer Alfredinho (@ogoldenalfredo), um golden retriever com quase 1 milhão de seguidores no Instagram, viajou para Campos do Jordão. Os vídeos da visita atingiram quase 2 milhões de visualizações, ampliando a visibilidade do destino e dos parceiros envolvidos. Funcionou porque autenticidade somada à relevância vence a publicidade genérica. Um roteiro pet friendly bem mapeado, momentos compartilháveis e informações úteis para quem viaja com animais geram resultado orgânico, emocional e replicável.

O feed virou vitrine e balcão. Se 49% planejam pelo social e 45% se apoiam em amigos e família, o jogo é transformar comunidade em canal, incentivar UGC (conteúdo gerado pelo usuário), facilitar o compartilhamento e criar momentos mostráveis que também informam.

Nicho é estratégia, não limitação. Pet, luxo, 60+ e gastronomia têm códigos e métricas próprias.

Influenciador é meio, não fim. Ele acelera desejo e confiança, mas quem fecha a venda é a operação preparada, com reservas descomplicadas, respostas rápidas e oferta coerente com a promessa do conteúdo.

PR, creators e mídia geram efeito composto. Quando imprensa e creators contam a mesma história, a percepção de valor do destino salta e a lembrança de marca também.

Negócios que tratam redes sociais como infraestrutura de reputação e distribuição, e não como tarefa do estagiário - e não estou dizendo que o estagiário não é importante -, colhem mais visitantes, melhor ocupação e um storytelling que resiste ao tempo. A recomendação é simples: eleve o social ao nível de estratégia, escolha influenciadores como quem seleciona meios de mídia e meça o que realmente move a economia da sua marca. O resto é consistência.

Sobre Thais Medina

Com mais de 20 anos de experiência em Marketing, Comunicação, Vendas e Estratégia para o Turismo, Thais Medina é CEO da agência de Marketing e representação de destinos Business Factory e professora na pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas e Senac-SP. Considerada entre os 100 mais poderosos do Turismo em 2023 pelo Jornal Panrotas, em 2024 recebeu o prêmio “Mulheres do Turismo Paulista” na categoria Revelação e o título de Top Brand Strategy Voice do LinkedIn, e em 2025 passou a figurar no ranking “20 Mulheres que escrevem o Turismo no Brasil” e ganhou o troféu “Amelia Earhart – Mulheres do Turismo” na categoria Comunicação. É jornalista e Master Coach, com MBAs em Marketing (FGV), Gestão Estratégica (USP) e Gestão de Empresas com técnicas de Coaching (SBC), e estudou Management na University of Ohio. 

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Edição por Julia Marques